6.9.10

ao 07 de Setembro

minhas pernas são bastantes fortes
como as de todo trabalhador
meus braços são de aço
como os de todo operário

mas como já dizia um velho casca:
a merda de um trabalhador,
é sua alma inutil
eu tenho uma alma que é feita de sonhos!

mas como já dizia um velho casca:
a alma de um trabalhador
é como um carro velho,
só dá trabalho!


a bola do jogo - mundo livre s/a

24.7.10

pertinácia II

a cada dia, uma vírgula.

a cada três pontos, um almoço.

a cada trinta folhas, uma dúvida.

a cada prova, um (des)gosto.

18.4.10

diariamente




música para começar a semana..
e para as coisas que ainda virão: obrigada.

9.4.10

a queda

calado, pleita com olhares
a próxima vítima

que poderia muito bem ser um personagem
de mais uma novela das oito
em uma vida de extremos redondos

que nenhum dostoievski
ou tarantino
cairia

3.4.10

não que eu ligue para números

mas eis que atingi o centésimo post do blog!

considerando que ele tem um pouco mais de três anos e que isso é mais de mil e cem dias é como se eu postasse a cada dez ou onze dias - me surpreende, mas não é o que realmente acontece - excluindo os últimos, que eu acho que foi o que salvou a conta.

surpresas a parte, este é o centésimo quarto post.

o pior otimismo

é o que confia no tempo sem por uma semente no sulco, sem contar com o grão capaz de germinação e cultivo. nada pode derivar-se do nada.

josé vasconcelos

2.4.10

different colors

made of tears.

velvet underground

31.3.10

todos os problemas são iguais

mas alguns problemas são menores que outros.


livre adaptação de george orwell

30.3.10

a falta que ela faz

uma refeição solitária
pode ser horrível

mas não há nada pior que cozinhar
pra você mesma comer sozinha

29.3.10

livre análise de uma pisciana com lua em gêmeos

os anos de aperfeiçoamento
serviram para que ela
achasse ser a escolhida
de alguma coisa boa que fosse

no entanto ninguém a viu
(nem ela)
pois sua porta estava fechada
ocultando detalhes que talvez
nem soubesse da existência

andando pelo lado mais facil da rua
a segurança é uma questão de opinião
quase pública

ou seria a minha?

ser seu proprio instrumento
e sua propria via

sem a lamentação fria
de quem finge que esquece
pra remoer-se sozinho

ou ela esqueceu de como era
ou nunca foi coisa alguma
pois era eu muito nova
para saber sobre ser ou não ser
e nunca a conheci de fato

28.3.10

man machine

pseudo human being.

kraftverk

27.3.10

rosário...

se fez de louca não quis.

mundo livre s/a

19.3.10

a ideia é legal mas a compensação .. tsc

A Academia Brasileira de Letras (ABL), com o objetivo de promover sua imagem na rede social Twitter, através do Abletras, estabelece normas para a participação no Concurso Cultural ABLETRAS.
Os participantes deverão escrever um microconto com até 140 caracteres. O melhor, além da premiação, terá seu trabalho exposto no portal da ABL e no Twitter Abletras.


www2.academia.org.br/abl/media/REGULAMENTO%20DO%20CONCURSO%20CULTURAL%20ABLETRAS.pdf

19.2.10

embrutecido estomago,

viscera primata.

15.2.10

as formas das formas

o mar que eu nado as vezes parece uma pista de gelo, as pessoas vêm com seus patins e dançam sobre a camada superficial da verdade.

se o inverno simplesmeente não existisse, as pessoas seriam mais realizadas? porque se ele nos desse mais que essa simples máscara fria também não seria o que teriamos pedido no intimo do banheiro mal iluminado, nunca é, pois ele tem suas vaidades.

mas um dia, quando olharmos para trás, poderiamos quem sabe, ver que foi dada uma forma de realizarmos os pedidos, mas a vontade cega de quem quer não nos fez outra coisa se não nos turvar das idéias focadas e dos principios de quem inicia a batalha com toda a força experiente de sua alma.

a vontade vem para nos tirar do caminho, atrapalhar nosso inverno e nossa verdade.

mas se a vontade é o que nos difere do outro, o que nos faz ser o que somos? e quem somos afinal?

ou eu sou a vontade, ou a vontade sou eu.

8.2.10

sobre a hostilidade

sufocar um domingo é cruel
mas não há ninguém que também não o seja
sufocante e mau
domingos não são as pessoas que odiamos
são as pessoas que queremos pra nós todos os dias

2.2.10

esteves não me viu

apodrecendo sobre minhas palpebras estão meus dedos, intocáveis da fidelidade própria de ser alguém.

com as minhas janelas, com meus quartos e meus capachos surrados a próprio punho indagando a este lado da rua as carruagens as ervas e as árvores.

talvez, e que realmente se faça o talvez como realidade de coisa própria, coisa que exista, e não que quase-seja ou quase-não-seja.

ele nunca me conheceu ou acenou-me um adeus, deixando o ideal e a esperança prostrados e inconcebíveis.

11.1.10

sob o céu diário

moscas sóbrias
procuram restos

ondas sonoras
cortam
barreiras invisíveis

pensamentos infinitos
usam seus donos

pessoas sonham
poder

armas fatais
banham-se em sangue

segundos assassinados
um a um