29.3.13

IV

 Elas me deixaram na esquina de casa bem cedinho e já tinha amanhecido. Naquele momento eu entendi que tinha duas opções, a primeira seria não dormir e ir trabalhar daquele jeito mesmo; já a segunda, seria dormir e pagar para ver se eu acordaria. Eu tinha menos de três horas e escolhi a primeira.


 Então eu tinha um certo tempo e uma noite inteira para lembrar e recapitular. Sem dormir. O passo-a-passo ia e vinha na minha cabeça, desde como eu fui até o bar atravessando a cidade como uma andarilha solitária no meio da noite e a falta de dinheiro que poderia me deixar fora da festa se eu chegasse depois da hora do perdão. Seus amigos indo em uma outra festa da cidade naquela noite. E o constrangimento que pode acabar com qualquer primeiro encontro........ Todas essas coisas juntas fazendo o meu próprio sentido, conforme minha própria imaginação.  Que não era só imaginação. Acho que eu estava certa, afinal.


 Os minutos passavam deliberadamente, mas o tempo não, e eu ali presa entre as lembranças da noite, o sono e o dia inteiro de trabalho que estava por vir. Deveria ser proibido trabalhar aos sábados.

5.3.13

depreçõezinhas diárias.

seu irmão fala: preciso de você = preciso de dinheiro.

sua mãe fala: preciso de você = preciso resolver algum problema na internet, ir em algum lugar ou entender o manual de instruções de alguma coisa.


e você, porque você precisa de mim?

3.3.13

sobre meninos e lobos

modelando mentiras, que em breve serão contestadas. e aqueles pensamentos vêm e vão. vêm e vão. ela diz que eu não devo me sujeitar. e eu digo a ela que não irei. mas mentir para que um terceiro se sujeite, é tão sujo quanto. e eu tenho minnhas mãos sujas.

eu não quero dizer para você que me orgulho do que faço. e me pergunto qual a finalidade vender a alma para vender, se em um futuro próximo não mais estarei ali?
talvez eu faça parte das pessoas sujas, mas por favor, não me faça mais mentir.


acho que cansei.