7.2.07

as cores verde e vermelha se misturam e por um momento me sinto no natal. desejos na linha tênue da moral e olhos faiscantes que não se importam em tragá-la. um ar sempre resolve questões sobre vontade. um ar forte. miseravelmente forte. cubro a barriga, ponto misterioso e caminho em uma linha imaginaria. perco-me entre os odores e o tato, quase um abismo, minha mão e o seu umbigo, o segundo aponta a direção: pulsões e estravagâncias. sua nuca em um dilúvio, só minha. minto para o tempo 'é cedo'. não deixo existir a hora de ir embora e faço um universo que é só meu. paira no ar um cheiro suicida, verde, nitidamente verde. passo minha vez, mas não entrego seus braços. teu corpo quase uma jaula. me infiltro em cada buraco e aceito a condição. minha língua acaricia a tua em um momento de paz infrequente. torpe, presa na semente da vontade. piedade corpo: agüentai! acordo com o nariz grudado em tuas costas e vôo a esmo, entre a rotina e a ilusão.