6.2.07

os tacos do chão da sala não me dizem nada sobre você, enquanto escuto os gritos das crianças no jardim, pisco, absorvo a luz que bate na janela e me encolho entre as cobertas, súbito, me sufoca tua estadia, sinto minha consciência no pé esquerdo, escondida entre os dedos. abro os olhos com bravura em baixo do mesmo teto de todos os dias, juro para ele estar mal disposta e que amanha farei tudo que não fiz hoje. não me levanto, meu céu jurado me permite continuar quente e encolhida como um feto. não há mais gritos no jardim, o silencio se intercala com vozes que te mandam ir embora, mas você dorme.