25.2.07

sobre a memória.

ela nos deixou hoje. da mesma forma como antes, sem laços. só os traços do seu rosto podem confirmar a existência anterior e só tuas mãos poderão cometer os mesmos erros com um silencio impossivelmente nefasto. deixar o cheiro das vontades que existem por si só se alastrar pela casa e saber que enquanto houver portas e janelas abertas por inteiro, nada vai restar. ir embora com a inconstância que volta e com o desfalecer do que fica. o mistério das coisas percorrendo o teu corpo como gelatina, abstraindo na tua memória a incoerência do que sentes, do que te habita, mas amanha já vai embora.


para o joão.